A VIDA NÃO ACONTECE NO SOFÁ

Por mais que eu leia, por mais que eu estude, por mais que eu veja telejornais, ou séries de TV, eu não consigo argumentos para escrever com a mesma facilidade que consegui, hoje, com essa saída besta, só para comprar umas frutas e legumes.

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Por mais que eu leia, por mais que eu estude, por mais que eu veja telejornais, ou séries de TV, eu não consigo argumentos para escrever com a mesma facilidade que consegui, hoje, com essa saída besta, só para comprar umas frutas e legumes.

Aproveito que estou anotando tudo que me vem à cabeça, porque estou preocupado com o compromisso de escrever com regularidade, coisa que não tinha antes. Escrever muito e escrever uma quantidade de vezes certa na semana, é completamente diferente e isso tem me trazido a reflexões.

Uma delas é o fato de o cronista ter uma visão, um ponto de vista, diferenciado da realidade, meio louco, mais profundo, alterado, humorístico, aumentado, sei lá. Mas ele precisa de uma realidade, para fazer suas inflexões. Interessante que (já escrevi sobre isso em algum outro momento) em filmes, quando se precisa retratar a vida, quando é aquela cena de retrospectiva, existem experiências acontecendo. Passeios, viagens, momentos íntimos, às vezes, até, num sofá diante da TV, mas com um grupo de amigos e familiares, confraternizando e compartilhando os prazeres de alguma partida esportiva, episódio mais recente da série mais famosa, um filme muito esperado. Nunca sozinho, sempre coisas compartilhadas, vida, alegria, correndo, jogando, brincando, ao Sol.