DISTANCIAMENTO SOCIAL
- RafaelCiampi
- 2 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Para se ter uma ideia, uma vez a nossa mascote, Cacau, a querida York da casa, apareceu, depois de uma de suas incursões em busca de novos territórios, com um dreadlock digno dos mais ortodoxos rastafáris. Parecia que ela tinha chegado da Jamaica.
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Como estou tendo uma certa dificuldade em diminuir o meu convívio social – não pelo vício, mas pela, diametralmente oposta, abstinência histórica e progressiva.
Para se ter uma ideia, uma vez a nossa mascote, Cacau, a querida York da casa, apareceu, depois de uma de suas incursões em busca de novos territórios, com um dreadlock digno dos mais ortodoxos rastafáris. Parecia que ela tinha chegado da Jamaica. Fui confirmar no mapa: não tem como ela o fazer sem cruzar, pelo menos, um oceano (ao escrever este, estou morando no Brasil). Não sei como ela realizou tal proeza, apesar de saber que ela é capaz de feitos desproporcionais ao diminuto tamanho. Como sempre, ela entrou em “depressão pós sem-vergonhice” e, para conquistarmos a alegria que nos contagia diariamente, temos que solucionar os problemas que ela nos cria, que, na verdade, ela cria nela mesma e depois não consegue resolver sozinha e fica amuada, no canto, até que a gente acabe com o que a está incomodando. Como a situação era crítica e emergencial – até então não tínhamos enfrentado a pandemia do Covid-19, portanto, não tínhamos redefinido os padrões de “situação crítica e emergencial”. Hoje, esse relato beira o banal –, adotamos medidas drásticas, que é outro termo meio descalibrado, atualmente.
Colocamos o cachorrinho na mesa da varanda e metemos a tesoura nos pelos mais fanáticos pelo reggae. Como não temos o hábito de tosar cachorrinhos, o resultado não ficou dentro do esperado. Acho que não dá nem para chamar de resultado, o que seu deu ali. Pensamos em levá-la a um pet shop profissional, mas em vários pontos os pelos estavam tão curtos que não dava mais para tirar nada. É assim que me sinto com relação ao afastamento social. Espero que tenha ficado claro.
Buscando algo que eu pudesse chamar de distanciamento social, resolvi adotar algumas medidas para reduzir o ritmo da furiosa propagação, que, avaliando melhor, pode ser inócuo. Mas como todo o esforço ante à atual contaminação é sempre bem-vinda, comecei a não usar toalhas de rosto aqui em casa. Retiramos todas. Cada um enxuga-se na sua própria toalha de banho, mesmo que seja ao lavar as mãos e/ou rosto. A toalhona está sendo lavada mais constantemente. No caso do banho, ao chegar da rua, a toalha usada vai para o cesto de roupa suja imediatamente. Bem como a roupa usada na incursão em busca de mantimentos, remédios e demais provisões, cuidando sempre para não se aproximar de possíveis contaminados (você pensou a mesma coisa que eu?). – Esse relato foi em 20/3, pouco antes do confinamento absoluto que adotamos. Referente às ultimas idas ao mercado e farmácia, para mantimentos para o isolamento. – A máquina de lavar roupas já me perguntou se montamos um hotel, por causa do aumento exponencial de vezes em que ela é exigida semanalmente.
Esse é o mínimo que podemos fazer no esforço da contenção do vírus. Seja para a nossa segurança familiar, seja em respeito aos concidadãos ou aos profissionais, em especial aos da área da saúde, que se digladiam diuturnamente contra esse impiedoso inimigo.
Isso, obviamente, sem contar com todos os protocolos que estão sendo informados e renovados diariamente e que adotamos, sempre dentro do que nos é possível. E o possível, também ficou num nível mais elevado.
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